Introdução
A Internet foi a ferramenta mais revolucionou o mundo dos computadores e das telecomunicações. A invenção do telégrafo, telefone, rádio, e computador foram os elementos fundamentais para esta improcedente integração de capacidades. A Internet é ao mesmo tempo um meio com capacidades de transmissão a nível mundial, um mecanismo de disseminação de informação e um meio para colaboração e interacção entre indivíduos e os seus computadores sem considerara a sua posição geográfica.
Nascida do meio militar e académico, a Internet tem mostrado um crescimento notável junto dos utilizadores particulares.
Numa altura em que toda a gente fala da Internet, e os média não param de nos bombardear com histórias de feitos fantásticos nesta rede das redes, fica claro que a Internet chegou, e veio para ficar. Mas a Internet não foi "planeada". Não houve nenhum grupo de pessoas que se sentou a uma mesa e disse "vamos criar a Internet".
História da Internet
Para perceber como nasceu a Internet temos que recuar no tempo: em 1957, a União Soviética lançou para o espaço o primeiro satélite, o que causou bastante azáfama junto dos Estados Unidos. Parte da resposta americana ao avanço tecnológico da União Soviética foi a criação do "Advanced Research Projects Agency" (Agência de Projectos de Investigação Avançada). No final dos anos 60, esta agência criou uma rede experimental chamada Arpanet, que utilizava uma tecnologia chamada 'packet switching' (troca de pacotes) para o transporte de informação, tecnologia esta que é a base do que hoje conhecemos por Internet.
A tecnologia 'packet switching' funciona da seguinte forma: Quando um dos computadores desta rede quer enviar informação a outro computador, divide essa informação em diversos pacotes, e em vez de estabelecer uma ligação directa ao computador de destino, envia os pacotes para o computador mais perto de si, com a indicação em cada pacote do computador remetente e o computador destinatário. Os pacotes viajam pelos computadores que estão ligados entre si, e cada computador encarrega-se de enviar os pacotes pelo caminho mais curto disponível até ao destino. A grande vantagem deste sistema era o facto de ser à prova de ataque, porque se parte do sistema fosse inutilizado, a rede era inteligente o suficiente para enviar a informação através das linhas e computadores ainda disponíveis.
Os correios (CTT) funcionam de uma forma semelhante: ao colocar uma carta (pacote) no correio ela tem o endereço de destino mas não é enviada directamente para casa do destinatário. Primeiro a carta é recolhida pelos funcionários do posto local, é enviada para o posto mais próximo do destinatário e de seguida é levada pelo carteiro até à casa do destinatário. Se o posto de correios mais próximo do destinatário estiver "fechado" a carta é enviada para o posto imediatamente anterior e distribuído a partir daí.
Naquela altura, apenas organismos militares e grandes universidades estavam ligados entre si pela ArpaNet, mas a rede foi crescendo, e com o tempo foi permitida a entrada de empresas. Outras redes mais pequenas foram-se ligando também a outros computadores desta rede, formando um conjunto de redes de computadores ligadas entre si, a que hoje chamamos de Internet.
Assim, a Internet não tem nenhum ponto central, nem é gerida por ninguém, é apenas um conjunto de redes de computadores ligadas entre si, que utilizam a mesma tecnologia para enviar e receber informação.
A Internet em Portugal
Tal como na generalidade dos países, foi também na década de 80 que a Internet passou a ser utilizada em Portugal. Ao princípio, tratava-se apenas do acesso remoto por terminal (via rede telefónica) a computadores de universidades estrangeiras (especialmente na Grã-Bretanha e nos EUA), por parte de ex-estudantes de pós-graduação que mantinham as suas contas nesses sistemas.
Em meados da década de 80 é instalado o primeiro nó da EARN em Portugal (Lisboa) e, por iniciativa do PUUG (Portuguese Unix User Group), é instalado o nó português da EUnet. Mas foi a criação, em 1986, da Fundação de Cálculo Científico Nacional (FCCN, hoje designada Fundação para a Computação Científica Nacional), que iria dar origem à instalação da primeira rede verdadeiramente nacional a RCCN (Rede da Comunidade Científica Nacional).
No entanto, até aos primeiros anos da década de 90 (talvez mesmo até 1994), o acesso e utilização da Internet estavam praticamente circunscritos a algumas centenas de pessoas na comunidade académica e científica portuguesa, em particular na área da informática e computação.
De facto, foi apenas nestes três últimos anos que o acesso à Internet se começou a generalizar em Portugal. Primeiro, através de uma utilização mais alargada nas Universidades e Centros de I&D (Investigação e Desenvolvimento). E, no último ano e meio, com o aparecimento de diversos fornecedores de serviços Internet (ISP - Internet Service Provider), e a ligação de um número cada vez maior de empresas, organismos públicos e utilizadores individuais (home users).
Durante o ano de 1995 o crescimento acelerado da Internet em Portugal foi acompanhado por uma maior "visibilidade social" da REDE, que começou a merecer alguma atenção dos órgãos de comunicação social. Alguns deles, como o Público, o Jornal de Notícias, a Rádio Comercial e a TVI construíram mesmo a sua presença na rede e, mais recentemente, foram lançadas várias revistas especializadas sobre a Internet.
Apesar da dificuldade em obter dados seguros, em Janeiro de 1996, segundo o Internet Domain Survey, existiriam 9359 hosts (o que corresponderá a várias dezenas de milhares de utilizadores) em Portugal.
O Email (correio electrónico) foi o primeiro "serviço" a ser inventado, em 1972, embora demorasse algum tempo até que a sua utilidade fosse totalmente compreendida.
É de notar que o conceito de páginas web (a face mais visível e mais mediática da Internet) apenas foi inventado em 1993, e foi esta tecnologia utilizada na Internet a responsável pela verdadeira explosão de número de utilizadores, número de computadores, e redes ligadas. Até essa altura, os utilizadores da Internet apenas trocavam Email, descarregavam ficheiros e utilizavam serviços baseados em texto, hoje em dia pouco conhecidos.
E como nasceu a tecnologia que serviu de base para a criação das páginas web?
Em 1992, no CERN - Laboratório Europeu de Física de Partículas, na Suíça, um cientista chamado Tim Berners-Lee inventou uma forma de disponibilizar páginas de texto com 'links' onde se podia clicar para saltar para outras páginas. Lee desenvolveu este método de navegação na informação porque queria ter a possibilidade de obter mais informação sobre um dado termo ou tópico presente num texto, quando necessário.
Em 1993 Marc Andreessen e os seus colegas de trabalho no NCSA - National Center for Supercomputing Applications (Centro Nacional para Aplicações de Super-computação), criaram o primeiro browser - programa para navegar nas páginas web, chamado Mosaic.
O resto da história é já conhecida por muitos : O Mosaic foi evoluindo, e quando Marc Andreessen fundou uma pequena empresa chamada Netscape para desenvolver um 'browser' mais robusto, o crescimento e evolução da web tomou proporções verdadeiramente incríveis, e com o crescimento da web, cresceu também, a um ritmo alucinante, o número de utilizadores de Internet.
Definimos a Internet como uma rede de redes de computadores. Mas, o que é uma rede de computadores? Como qualquer outra rede de comunicação, é um conjunto de equipamentos terminais (computadores) ligados por um meio de transmissão.
Na Internet estão interligadas vários tipos de redes, quer quanto à cobertura geográfica (redes locais, redes de longa distância, etc.), quer quanto aos equipamentos que as compõem e à tecnologia utilizada. Para que isso seja possível, é necessário que existam regras comuns, designadas protocolos.
O conjunto de protocolos (também designado família de protocolos) utilizados na Internet é o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). A família TCP/IP é composta por diversos protocolos, dos quais destacamos (para além dos dois - TCP e IP- que dão o nome à família) o DNS, o SMTP, FTP, Telnet (de que falaremos adiante).
A comunicação entre os diversos computadores interligados na Internet (garantindo que a informação não se "perca" pelo caminho, ou chegue ao destino errado) é assegurada pela atribuição de um endereço numérico a cada host, que o identifica univocamente. Esse endereço, chamado endereço IP, é formado por quatro campos, separados entre si por pontos: 194.65.86.130 é o endereço IP do computador onde se encontra armazenada a página da Escola Superior Agrária de Beja.
Ao endereço IP (ideal para a comunicação entre computadores) corresponde também um nome (mais fácil de usar pelos utilizadores da rede): www.terravista.pt é o nome correspondente ao endereço 194.65.86.130.
Os nomes são atribuídos segundo o Domain Name System (DNS), criado em 1984.
De acordo com o DNS, os nomes têm sempre a seguinte estrutura hierárquica (da direita para a esquerda):
nome. subdomínio(s).domínio
O domínio de topo (o mais à direita) é normalmente formado pelos códigos (ISO 3166) de nome de país, excepto nos EUA, onde existem vários domínios de topo, formados por três dígitos (gov, mil, com, edu, etc.). Por exemplo, todos os nomes dos hosts portugueses terminam em .pt.
Abaixo do domínio de topo pode existir um ou vários subdomínios, que representam organizações, departamentos de organizações, etc.
Felizmente para si, em cada vez menos situações terá de se preocupar com os nomes e (muito menos com) os endereços IP. Os clientes (software) que utiliza encarregam-se do assunto para si. No entanto, é bom conhecer e compreender a forma como são identificados os computadores na Internet, para poder realizar tarefas mais complexas ou tentar resolver situações de falha.
Como Aceder à Internet
Existem várias soluções e possibilidades de estabelecer ligações à Internet. Para além da pessoa ou organização que pretende aceder à Internet, há sempre outro interveniente: um fornecedor de serviço que pode ser uma organização ou empresa, possuindo ligações nacionais e/ou internacionais que lhe permitem oferecer pontos de acesso à Internet (POP's) aos seus clientes. Neste módulo iremos referir diversas formas de acesso, com destaque para o acesso SLIP/PPP, enumerar o hardware e software necessário e apresentar os fornecedores de serviço Internet em Portugal.
Formas de Acesso à Internet
Ao longo do tempo foram sendo utilizadas várias formas de acesso à Internet. Algumas delas (como o acesso por correio electrónico e o acesso dialup) hoje apenas se justificam em circunstâncias muito especiais, estando cada vez mais a ser utilizadas as formas que permitem o acesso ao conjunto de serviços da Internet. Formas de acesso:
• Por correio electrónico
Tudo o que é preciso é dispor de software de correio electrónico e conseguir trocar mensagens com uma máquina da Internet. Muito limitado.
• Acesso por login ou dialup
O nosso computador funciona como um simples terminal de um computador remoto. A ligação é feita sobre linha telefónica. Limitado às aplicações existentes no computador remoto, não permite utilizar aplicações com recursos gráficos.
• Acesso Proxy: SLIP e PPP
É do tipo do acesso por login, mas permite a utilização de todos os serviços e aplicações, tal como numa ligação directa.
• Acesso directo.
O “verdadeiro” acesso à Internet, geralmente feito através de linhas dedicadas (ou no mínimo RDIS), utilizado sobretudo pelas organizações.
A escolha da forma de acesso e do fornecedor de serviço deve ter em conta (para além dos custos) os seguintes aspectos:
• Tipo de acesso (individual ou organizacional);
• Frequência de utilização (ocasional, frequente ou constante)
• Volume de tráfego (quantidade de informação que irá circular)
Em termos simplistas, a forma de acesso para utilizadores será de tipo SLIP/PPP e a das organizações será, preferencialmente e se os custos forem suportáveis, um acesso directo.
Outra possibilidade, para organizações que pretendam fornecer informação e/ou serviços na Internet, é alugar um espaço num servidor de um fornecedor de serviços. Ou ainda melhor, para o caso de organizações sem fins lucrativos, colocar essa informação no Servidor do Terravista (www.terravista.pt) o qual fornece espaço gratuitamente.
Serviços disponíveis na Internet
Quando liga o computador à Internet, através de um fornecedor de acesso à Internet, nada de especial acontece. Para tirar partido da ligação à Internet tem que usar um dos serviços disponíveis através desta "rede das redes", ou seja, tem que utilizar um programa para ver páginas web (programa a que se dá o nome de browser), ou um para enviar e receber mensagens de correio electrónico, ou um para conversar em tempo real com outras pessoas, etc. Com a rede telefónica acontece a mesma coisa, o simples facto do seu telefone estar ligado à ficha telefónica não é nada de especial, para que o telefone lhe seja útil terá que o utilizar para fazer ou receber chamadas.
Os principais serviços que pode utilizar através da Internet são: Web (páginas web), Email (correio electrónico), irc (conversas em tempo real), ftp (transferência de ficheiros), icq (para verificar quais dos seus amigos estão ligados), entre outros.
Para perceber a diferença entre a ligação à Internet e um dos seus serviços, podemos fazer uma comparação com a rede telefónica. Nessa rede, podemos utilizar por exemplo, o telefone, o fax, ou o modem (para ligação à internet), da mesma forma, a web e o Email são dois serviços que podemos utilizar através da ligação à Internet.
O que é a Web?
A esta altura deve estar a estranhar a quantidade de termos diferentes para explicar "web". Para tirar as dúvidas aqui está uma breve síntese dos termos: Web é o termo utilizado quando nos referimos à imensidão de páginas existentes em toda a Internet; Página web é o termo utilizado para nos referirmos a uma determinada página; E web site, também conhecido por "sítio" ou "sítio web" é o conjunto de páginas web num determinado endereço. Por exemplo: todas as páginas web do Clix formam um web site porque estão todas alojadas no endereço do Clix, que é o www.clix.pt.
Para ver páginas web e para "saltar" de página em página, o mais provável é estar a utilizar o Microsoft Internet Explorer ou o Netscape Navigator, programas aos quais se dá o nome genérico de browser.
A Web é o segundo serviço mais utilizado em toda a Internet (logo a seguir ao Email) e muitas pessoas confundem a web com a Internet, isto é, pensam que as páginas web são "A Internet" quando na realidade a web é apenas um dos serviços disponíveis através da Internet.

